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domingo, 6 de abril de 2014

Nanotoxicologia: melhor prevenir que remediar




     Dizem que logo após a descoberta dos materiais radioativos, no final do século 19, alguns pesquisadores costumavam transportar em seus bolsos pequenos frascos com amostras desses materiais. A franco-polonesa Marie Curie (1867-1934), uma das pioneiras da radioatividade, manipulava despreocupadamente materiais radioativos que ela aos poucos retirava de um monte com mais de uma tonelada, armazenado nos fundos do seu laboratório. Morreu vitimada por uma leucemia, provavelmente associada à exposição a esses materiais.

Nanotoxicologia: melhor prevenir que remediarGuardadas as devidas proporções, talvez estejamos passando, ou passaremos, por situação similar nessa era nanotecnológica. Quantas minúsculas e perigosas nanopartículas rondam por aí, prontas a penetrarem em nossa pele ou serem por nós ingeridas? E o que dizer do meio ambiente? Como tudo isso vai interagir com os nossos aquíferos e nossas fontes de alimentos?
     Preocupada, muita gente está; com absoluto conhecimento de causa, quase ninguém. O cenário é carregado de controvérsias. Uma que tem circulado com muita frequência nos meios de comunicação de massa e nas revistas científicas refere-se ao uso de óxidos de zinco (ZnO) e de titânio (TiO2) em protetores solares. 
    Já faz um bom tempo que esses óxidos vêm sendo usados nesses produtos. Os protetores solares são, em geral, muito eficientes na absorção da radiação ultravioleta, mas deixam aquela desagradável camada branca sobre a pele. Logo os fabricantes descobriram que, diminuindo o tamanho das partículas de óxido até o limite nanométrico, é possível obter protetores transparentes tão eficientes quanto os originais. Nada mal, não é?
    Unir a eficiência funcional aos requisitos estéticos é sem dúvida algo positivo. Mas, há pouco mais de cinco anos circulando nas prateleiras de supermercados e drogarias, esses produtos têm gerado debate público sobre seus efeitos tóxicos.
    A pergunta óbvia é: sendo tão pequenas, essas partículas não poderiam penetrar na região subcutânea e chegar à corrente sanguínea? E, em lá chegando, o que poderão causar? 
Óxido de titânio
Óxido de titânio, em microscopia eletrônica de varredura. Partículas nanométricas desse óxido vêm sendo usadas com frequência na produção de filtros solares. Há, no entanto, questionamentos sobre os riscos desse uso para a saúde e o meio ambiente. (imagem: CMDMC/ Flickr – CC BY-NC-ND 2.0)








     Que esses óxidos podem causar danos à saúde, a pesquisa científica não deixa dúvida, mas tudo indica que eles não podem vencer a barreira dermatológica e atingir o sistema linfático. Ou seja, não será por meio dos protetores solares que ZnO e TiO2 se tornarão uma ameaça, garantem fabricantes e muitos pesquisadores de renomadas instituições.
    Mas há céticos que afirmam que as pesquisas ainda não consideraram todas as variáveis do problema. Por exemplo, a incapacidade de vencer a barreira dermatológica parece ser verdadeira no caso de peles saudáveis, mas pouco ou quase nada se sabe no caso de peles com algum tipo de doença.

Dificuldades para definir e regular

    Preocupações e controvérsias mais sérias do que essas atingem outras aplicações nanotecnológicas, dando corpo a essa ciência emergente e naturalmente denominada nanotoxicologia. Seu objeto direto é a repercussão da nanociência na saúde humana, mas é inevitável que sua atuação englobe também o meio ambiente.
    É nesse contexto mais geral que pretendo ilustrar os avanços científicos e tecnológicos relatados na literatura especializada, dando continuidade a abordagens anteriores que fiz aqui, em julho de 2009 e janeiro 2012.
Comparando o que ali escrevi com o que li desde então, percebo que o cenário continua nebuloso, mas vem aumentando a consciência de que estudos nanotoxicológicos devem ser incentivados e parece ser intensa a busca por regulação de produtos nanotecnológicos.Tarefa complicada, a começar pelo fato de que ainda não se chegou a um consenso do que seja um nanomaterial.
A definição clássica de que se trata de algo que tenha pelo menos uma das dimensões inferior a 100 nanomêtros (100 nm) já não é suficiente. E esse é só o primeiro dos inúmeros obstáculos para o desenvolvimento de uma regulação consistente.

buckminsterfulerenoO buckminsterfulereno, estrutura esférica formada apenas por átomos de carbono, é considerado um tipo de nanomaterial. Uma das dificuldades por trás da regulação da nanotecnologia é a falta de consenso sobre a definição de nanomaterial. (imagem: Gisela Giardino/ Flickr – CC BY-SA 2.0)






    Quase todos esses obstáculos são representados por um outro tipo de dificuldade em analisar nanomateriais. Por exemplo, um parâmetro que começa a ser usado para classificar um nanomaterial é a razão entre área superficial e volume. Em vez de considerar simplesmente a dimensão inferior a 100 nm, diz-se que um nanomaterial deve ter razão superfície/volume superior a 60 m2/m3. Esse número corresponde justamente a uma esfera de diâmetro igual a 100 nm, mas do ponto de vista das propriedades físico-químicas faz mais sentido do que a medida do diâmetro.
    O problema é que só existe um método universalmente aceito para medir a razão superfície/volume, o método Brunauer-Emmett-Teller (BET), e ele só é válido para materiais sólidos pulverizados, sem presença de qualquer material líquido. Os métodos para materiais em suspensão ou imersos em matrizes sólidas ainda encontram-se na mais tenra infância.

Entre benefícios e riscos

     A despeito dessas dificuldades para caracterizar nanomateriais de modo aceitável para o estabelecimento de um sistema regulatório, as pesquisas avançam em outras frentes. A todo instante a literatura apresenta novos nanomateriais e prováveis aplicações na eletrônica, na medicina, na farmacologia e em inúmeros produtos que vão de cosméticos a produtos de limpeza, passando por equipamentos esportivos e outros produtos de uso pessoal.
    E, felizmente, também avançam as pesquisas relacionadas ao impacto ambiental da nanotecnologia. Nessa área, predominam os estudos sobre toxicidade dos nanotubos de carbono (251 trabalhos catalogados na Web of Science, com a palavra-chave nanotoxicologia), do ouro (95 trabalhos), do dióxido de titânio (82), dos pontos quânticos (79), da prata (70) e do óxido de zinco (54).
     Atribui-se a Paracelso (1493-1541) a frase: “Todas as substâncias são venenos, somente a dose correta diferencia o veneno do remédio”. A frase tem tudo a ver com os nanomateriais. Podem salvar e destruir vidas.
     Nanotubos de carbono (NTC) injetados em alta dose em mesotélio de roedores produziram efeitos similares aos de asbesto. Por outro lado, ainda não se sabe se a inalação de NTC é capaz de transportá-lo até essas regiões sensíveis do nosso corpo.
     Apesar de bastante benigno, TiO2, quando preparado em escala nanométrica e administrado em alta dose, tem provocado câncer de pulmão em ratos. 
    A questão é: qual a dose limite, abaixo da qual esse material não oferece risco para a saúde humana? Além dessa importante questão referente à dose, há que se preocupar com outras propriedades físico-químicas que surgem apenas ou são aumentadas nos nanomateriais.
    Por exemplo, há estudos mostrando que, sob a ação da luz solar, nanopartículas de TiO2 liberam hidroxila, OH, capaz de quebrar fitas de DNA. No entanto, outras pesquisas mostram que essas nanopartículas usadas em filtros solares não conseguem atravessar a barreira epidérmica, sendo, portanto, inofensivas.
    Mas, após o uso, estas são liberadas no meio ambiente, e o que acontece então? Ainda não temos resultados científicos suficientes para inquestionavelmente responder a essa questão.
     É sempre a mesma coisa, como disse Billy Blanco no seu clássico Canto Chorado, “o que dá pra rir, dá pra chorar”. Ou, para rir mais do que chorar, é bom seguir o conselho dos toxicologistas Bengt Fadeel e Alfonso E. Garcia-Bennett: melhor prevenir do que remediar.


Conteúdo Complementar
Artigo : Nanoparticles, nanotechnology and pulmonary nanotoxicology



PLANTAS TRANSGÊNICAS NA PRODUÇÃO DE FÁRMACOS

Slide de Plantas Transgênicas na Produção de Fármacos



Vídeo de DNA Recombinante




Artigo Complementar


Transgênicos na Produção de Fármacos


     O uso milenar de plantas para aliviar doenças ganha outras formas sob o domínio da biotecnologia. Dezenas de experimentos em todo o mundo, em empresas ou instituições acadêmicas, utilizam técnicas de inserção de genes em genomas de plantas que possam codificar enzimas de interesse farmacológico. Assim é possível que o cultivo de soja, milho e batata ou mesmo plantas ornamentais possa no futuro ser usado em larga escala, em versões transgênicas, para a produção de medicamentos. Um exemplo desses experimentos que acontecem no Brasil, na unidade de Recursos Genéticos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, é o desenvolvimento de uma variedade de soja com um viricida ou microbicida, capaz de prevenir a contaminação pelo vírus causador da Aids. Com a ajuda da engenharia genética, essa leguminosa está produzindo sementes, em uma estufa na capital federal, com a enzima cianovirina-N que já teve comprovada sua eficácia contra o vírus em testes laboratoriais em estudos pré-clínicos.

    A proteína sintetizada na cenoura é similar à produzida pelo próprio organismo humano. No caso da cianovirina a história é diferente. Ela foi isolada na década de 1990 de uma cianobactéria, que leva o nome científico de Nostoc ellipsosporum, em pesquisas do Instituto Nacional de Câncer (NCI, na sigla em inglês) e dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. As cianobactérias são bactérias azuis e chamadas erroneamente de algas azuis. Pesquisadores dos NIH e da Universidade de Londres, na Inglaterra, idealizaram um gel com a cianovirina para ser aplicado antes das relações sexuais. O princípio ativo inibe a replicação do HIV ao se ligar aos oligossacarídeos (açúcares) do vírus. “A cionovirina-N está no estágio de desenvolvimento pré-clínico, portanto ainda não foi testada em seres humanos”, diz o pesquisador Barry O’Keefe, vice-chefe de biologia molecular do laboratório de alvos moleculares do NCI. Ele liderou um estudo publicado em 2003 que demonstrou a atividade da proteína também contra alguns vírus da gripe (influenza A e B) e participa dos estudos para o desenvolvimento da cianovirina. “Falta um meio comercialmente viável, de baixo custo, de produção em larga escala da cianovirina-N, e as plantas são um bom caminho para esse fim”, diz O’Keefe






     Esse tipo de experimento ganhou força em maio de 2012, quando a Food and Drug Administration (FDA), a agência federal norte-americana de regulação de medicamentos e alimentos, aprovou para uso comercial o primeiro fármaco produzido com engenharia genética em células de plantas para seres humanos. O princípio ativo é a proteína taliglucerase alfa, produzida em células de cenoura transgênica para tratamento da doença de Gaucher, uma enfermidade genética e rara provocada pela  falta no organismo da glucocerebrosidase, uma enzima atuante no processamento de glicocerebrosídeos, um tipo de  gordura celular. O paciente tem anemia e aumento do baço e do fígado. O medicamento desenvolvido e produzido pela empresa israelense Protalix, e distribuído em parceria com a  norte-americana Pfizer, foi também aprovado em Israel e no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em março deste ano, com o nome de Uplyso. O tratamento até agora era feito com outro fármaco em que a proteína é produzida em linhagens de células modificadas dehamsters, num processo biotecnológico que está mais sujeito a contaminações.

“Recebemos 360 g de soja liofilizada transgênica e já foram feitos os testes que mostram a presença dessa proteína, o fator IX. Agora, como assumi o cargo de professora do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, esses estudos estão sob a coordenação dos professores Dimas Tadeu Covas e Lewis Joel Greene, do Hemocentro de Ribeirão Preto”, diz a bióloga Aparecida Maria Fontes, que era pesquisadora do Hemocentro e parceira na pesquisa. “A produção de fator IX em planta é muito importante porque, além de não se utilizar o material dos bancos de sangue que é escasso, cria-se uma alternativa com outro veículo de produção. Até o momento, a única molécula do fator IX produzida com técnicas biotecnológicas é elaborada em células de hamsters”, diz Aparecida.


     Obter a proteína em grande quantidade foi a dificuldade inicial dos pesquisadores norte-americanos logo depois dos estudos laboratoriais que indicaram as atividades contra alguns tipos de vírus. Os NIH tentaram a produção via DNA recombinante, em que o gene codificador da proteína é inserido no genoma de outra bactéria mais fácil de cultivar, a Escherichia coli, para a posterior extração da substância. Mas a produção foi baixa e se mostrou economicamente inviável. A solução encontrada pelo pessoal dos NIH, liderado por O’Keefe, foi procurar o professor Elíbio Rech, da Embrapa, coordenador do grupo brasileiro que havia depositado uma patente no exterior, de uma técnica para inserção de genes em soja, e tinha experiência no desenvolvimento de culturas transgênicas. “Os norte-americanos nos procuraram em 2007 e fizemos a parceria. Eles nos repassaram a sequencia genética codificadora do gene que inserimos no genoma de uma variedade de soja da Embrapa, a 10-16. E deu certo, já temos as sementes das plantas engenheiradas por nós produzindo a cianovirina”, diz Rech. Eles isolaram o princípio ativo da soja. O ensaio viral para a confirmação da ação da cianovirina produzida pela Embrapa foi feito pelo professor Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e também no laboratório de O’Keefe, nos Estados Unidos. E o resultado foi positivo.

     O desafio atual é melhorar o processo de extração da proteína, purificando quantidades maiores da cianovirina das sementes de soja. “Nossos resultados apontaram a presença de 10 gramas (g) da proteína por quilo de sementes frescas. Sabemos que não podemos tirar os 100% de fármaco do grão da leguminosa porque é normal que ocorram perdas no processo de purificação. Até agora já atingimos os 20%, ou 2 g, e nossa meta é atingir 50%”, diz Rech. O processo de purificação de proteína é trabalhoso, exige várias fases. No caso da Embrapa, a purificação está sendo realizada com resinas. Conforme o óleo de soja passa por um processo semelhante a uma filtração em que as resinas fazem o papel de filtros, as proteínas contidas na soja vão se dissolvendo, inclusive a cianovirina.

     “Nossa intenção é produzir uma quantidade suficiente da proteína para testar o principio ativo em macacas nos Estados Unidos, e posteriormente em seres humanos”, explica Rech. O propósito do trabalho dos NIH, da Universidade de Londres e do Conselho para a Pesquisa Científica e Industrial (Csir Biosciences) da África do Sul, que são grupos que participam da pesquisa, é levar o gel para o continente africano, onde a transmissão de Aids ainda é grande. A produção da cianovirina também está sendo testada em plantas de tabaco na Inglaterra, na Universidade de Londres, e nos Estados Unidos. “No tabaco, o medicamento não está apenas nas sementes, mas se expressa na planta toda. Na África, sob a liderança da pesquisadora Rachel Chikwamba, do Csir, os experimentos também seguem o caminho de produzir a cianovirina em soja e em tabaco, mas ainda não obtiveram sucesso”, diz Rech

     Outra conquista da Embrapa em Brasília foi o desenvolvimento de algumas linhagens de soja transgênica que produzem em suas células o fator IX de coagulação, um componente existente no sangue humano cuja falta é uma das causas da hemofilia, doença genética em que a pessoa sofre problemas na cicatrização e na contenção de hemorragias. Ele é produzido atualmente de plasma sanguíneo, a partir do sangue doado nos hospitais, ou em cultura de células de camundongos por meio da inserção no genoma do roedor do gene que codifica a proteína do fator IX. “Há um gargalo também no desenvolvimento de sistemas de purificação mais eficientes e produtivos”, diz Rech. “Terminamos essa soja com fator IX no ano passado depois de cinco anos, testamos a molécula presente nas sementes e agora repassamos o material para a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto [da Universidade de São Paulo (USP)], parceira do projeto, para a sequência da fase de purificação da molécula.”
Em todas as pesquisas e mesmo em futuras plantações de soja transgênica, que vão produzir medicamentos, são levadas em conta várias iniciativas de biossegurança. “As plantas são produzidas sob contenção, em casas de vegetação [estufas] totalmente teladas. Isso acontece para evitar situações que são até muito difíceis de acontecer como, por exemplo, que um pássaro pegue uma semente e leve para outro lugar onde a soja germine e alguém possa comer as sementes. Não é veneno, mas devemos lidar com essas plantas como fonte de medicamento, de forma diferente da soja usada na alimentação. As plantações futuras também deverão ser cercadas, de modo a que nenhum estranho tenha acesso”, diz Rech.
Entre as vantagens da geração de fármacos em plantas estão os custos mais baixos, com produção de larga escala e também com a segurança se comparada com células humanas, fungos, bactérias e animais. “Também é mais fácil de manipular o produto agrícola. A vantagem da soja ou de outro vegetal é que podemos colher e estocar”, diz Rech. Em um artigo publicado na revista Nature em 2012 (10 de maio) na seção News in Focus, que comentou a aprovação para uso comercial do medicamento para doença de Gaucher produzido com cenouras, o autor, Amy Maxmen, diz que o Elelyso, ou Uplyso, remédio aprovado pela FDA, pode ser vendido por 75% do valor do medicamento tradicional, o Cerezyme, produzido com células de hamsters. O tratamento tradicional pode custar até US$ 300 mil por ano por paciente. Maxmen informa que o mercado global de fármacos de produtos biotecnológicos alcançou a marca de US$ 149 bilhões em 2010. “O futuro dos métodos de produção à base de plantas é muito promissor para os biofarmacêuticos. É um momento muito emocionante para quem trabalha com esse tipo de pesquisa”, diz O’Keefe à Pesquisa FAPESP. “Elibio Rech e seus colegas na Embrapa fazem parte de uma indústria crescente de grande importância para o futuro.”
Bibliografia
O’Keefe, B.R. et al. Potent Anti-Influenza Activity of Cyanovirin-N and Interactions with Viral Hemagglutinin. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. v. 47, n. 8, p. 2.518-25. ago. 2003.


Rech, E.L. et al. High-efficiency transformation by biolistics of soybean, common bean and cotton transgenic plants. Nature Protocols. v.3, n. 3, p. 410-18. fev. 2008.


Drogas e Miastenia Gravis. Drogas e Porfirias. Síndrome Neuroléptica Maligna e Hipertermia Maligna

Resumo


      Um grande número de drogas tem implicado dano muscular ou disfunção da transmissão neuromuscular. Apresenta-se uma revisão dos aspectos clínicos e dos variados mecanismos patofisiológicos, que envolvem tanto efeitos diretos quanto indiretos.

     Os autores discutem ainda três condições clínicas farmacogenéticas que dependem basicamente de drogas desencadeantes para se manifestarem: as porfirias, a síndrome neuroléptica maligna e a hipertermia maligna.



Abaixo Artigo Completo


Drogas e Sistema Nervoso Periférico - Miopatias Tóxicas

Drogas e Miastenia Gravis. Drogas e Porfirias. Síndrome Neuroléptica Maligna e Hipertermia Maligna


As miopatias tóxicas podem, ainda, serem classificados em grupos variados 

relacionados com o agente causador e mecanismo de ação. Destacam-se:

1) Miopatia por corticosteróides: fraqueza de início insidiosa afetando a musculatura  proximal (quadríceps e cintura pélvica). A CK sérica e aldolase são normais ou elevadas e a  eletromiografia mostra achados miopáticos (potenciais polifásicos de baixa amplitude e curta  duração) sem presença de sinais de atividade espontânea em geral. São mais comuns com o uso de esteróides fluorados que agem inibindo a transcrição do mRNA e a síntese de proteínas musculares, além de aumentar a degradação das proteínas. São reversíveis com a suspensão  da droga. 



2) Miopatia por drogas redutoras de colesterol (estatinas e fibratos): causam  miotoxicidade por inibir a ação da enzima chave na produção do colesterol, a 3-hidroxi-3- metilglutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase. Pode causar elevação assintomática da CK  sérica, cãibras, mialgia, rabdomiólise aguda e até miopatia inflamatória em alguns casos. Os  sintomas podem cessar rapidamente após a retirada da droga ou persistir por semanas e até  meses.




3) Miopatia alcoólica. A ingestão excessiva de álcool pode resultar em miopatia necrotizante aguda caracterizada por início rápido mialgia, cãibras, edema e fraqueza muscular generalizada ou focal. O alcoolismo crônico também pode induzir miopatia hipocalêmica, especialmente se associada com hipomagnesemia. A força melhora com reposição de potássio e magnésio e supressão do consumo de álcool. 






Podem ser classificada ainda como:




quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Toranja e sua ingestão com medicamentos - Parte 2

O consumo de toranja e a ingestão de medicamentos 


Alguns fármacos em interação com este fruto podem provocar reações nefastas no organismo


ADRAC – AUS – Interações com suco de grapefruit (pomelo).
      Relatório do comitê de reações adversas lembrando que o suco de grapefruit (pomelo) interage com várias medicamentos em função da inibição local de uma das enzimas do sistema citocromo P450 (CYP3A4) e da P-glicoproteina em enterócitos, na parede intestinal. Ela não afeta o sistema citocromo P450 hepático. Interação tem sido demonstrada (aumento de disponibilidade da droga) com bloqueadores dos canais de cálcio (felodipina, amlodipina e nifedipina), estatinas (simvastatina e atorvastatina), benzodiazepínicos (midazolam e triazolam), ciclosporina, saquinavir, e cisaprida. O comitê adverte que essas interações correm tanto com o suco como com a fruta inteira, podendo variar em função de marcas ou concentrações do suco, e que se deve evitar tomar o suco ou a fruta até pelo menos 2hs da tomada de qualquer medicação. Com exceção das laranjas azedas Sevilla, aparentemente não há interação com outras frutas cítricas.
    Os sistemas de enzimas relacionados acima são os responsáveis por metabolizar / eliminar tudo o que entra no nosso organismo – seja medicação, chá ou mesmo alimentos, especialmente os mais complexos.

Grapefruit (Toranja) interage com 85 remédios


Grapefruit interage com 85 remédios comuns provocando efeitos colaterais graves e coloca seu consumo em xeque

Depois de relatarem sérios efeitos colaterais na mistura do grapefruit com medicamentos, pesquisadores do Lawson Health Research Institute, em Londres, trazem agora um dado alarmante: subiu para 85 o número de remédios afetados de alguma forma por essa fruta. "Só entre 2008 e 2012, passaram de 17 para 43 aqueles com grande potencial de interagir com o grapefruit", diz David Bailey, farmacologista clínico e um dos autores do estudo. "Isso significa seis interações a mais por ano, resultado da inclusão de novas fórmulas químicas na composição dos fármacos", explica. O pior é que muitos deles são de uso frequente e essenciais para o tratamento de diversas doenças. Em comum, eles têm três características: são tomados via oral, têm de baixa a intermediária biodisponibilidade — fração do remédio absorvida pela circulação sanguínea — e são metabolizados por uma enzima chamada CYP3A4. A questão é: o grapefruit possui uma substância, de nome furanocumarina, que é inibidora justamente dessa enzima.

Em outras palavras, cada droga tem um grau de absorção no corpo, uma vez que parte dela é destruída no fígado antes de seguir em frente pela circulação sanguínea. Ao prescrever uma dose, o médico conta com essa porcentagem que não será aproveitada. Se a enzima responsável pela sua quebra está inativa — efeito causado pelo consumo do nosso protagonista, por exemplo —, o medicamento ficará mais tempo no organismo em sua forma original. A consequência é uma quantidade muito maior do que o necessário, podendo gerar uma overdose. Aí moram vários perigos.

Talvez a falta de afinidade de nosso paladar com esse alimento azedo explique também certa confusão quando se trata de saber como ele é chamado por aqui, já que não faz muito sucesso entre os brasileiros. Seria toranja? Não, não é a mesma coisa, vamos logo esclarecendo. "O grapefruit corresponde ao nosso pomelo, cuja espécie botânica é Citrus paradisi", ensina Walter dos Santos Soares Filho, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "A toranja, por sua vez, é da família Citrus maxima e tem em ‘pummelo’ sua tradução para o inglês", ele complementa. Mas o importante mesmo é saber que, segundo a pesquisa do Lawson Health, são três as frutas capazes de causar estragos quando se está tomando algum remédio: a toranja, o pomelo e a laranja-azeda. "Todas elas contêm a furanocumarina e interagem igualmente com os medicamentos", diz, categórico, David Bailey. Porém, são diferentes no que se refere às características físicas, ao sabor e aos nutrientes "Neles, a furanocumarina está presente em quantidades bem menores e, para que houvesse interferência significativa no metabolismo de drogas, o consumo teria que ser absurdamente grande", tranquiliza Sergio Surugi de Siqueira, farmacêutico bioquímico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Perdão à Vista? 

Se a presença da substância-problema depõe contra o grapefruit, não custa lembrar que ele é uma excelente fonte de nutrientes importantes. "Os principais benefícios estão associados à vitamina C e aos flavonoides", diz Solange Guidolin Canniatti Brazaca, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, no interior paulista.

Devido ao sabor amargo, ele é mais apreciado em forma de suco, que deve ser ingerido assim que preparado. "Tanto no natural como no industrializado, a vitamina C oxida rapidamente no contato com elementos externos, o que pode alterar o sabor e absorção de nutrientes", explica Carlos Canavez Basualdo, nutricionista clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Por fim, uma notícia que poderá absolver o cítrico polêmico: "Há um trabalho de melhoramento genético em andamento na Universidade da Flórida para diminuir — ou até cessar — a furanocumarina nas novas espécies", conta Francisco de Assis Alves Mourão Filho, professor do Departamentode Produção Vegetal da Esalq. É esperar para cair em tentação sem medo.

* valor referente à quantidade que devemos consumir diariamente


De olho no relógio

   No estudo inglês, um copo de 200ml de suco de grapefruit apresentou diferentes efeitos na mistura com a felodipina - droga usada no controle de hipertensão - quando ingerido em variados intervalos de tempo.
4 horas antes  - detectaram-se 100% de interação

10 horas antes

A chance de interação caiu para 50%

24 horas antes

A mistura gerou 25% do seu efeito máximo

Misturar remédios e toranja pode causar danos à saúde, diz estudo


   Segundo o autor, é possível que outras frutas cítricas, como a laranja, produzam efeitos similares, mas há menos estudos a respeito. 

Número de medicamentos que interferem com fruta subiu nos últimos anos. Toranja também é conhecida como 'grapefruit', seu nome em inglês.



        Uma pesquisa canadense indica que subiu o número de medicamentos que podem fazer mal à saúde quando consumidos misturados com a toranja -- também conhecida como "grapefruit", seu nome em inglês.

   Em artigo publicado na revista da Associação Médica Canadense, David Bailey, um cientista do Instituto de Pesquisa em Saúde Lawson, de London, na província de Ontário, disse que mais de 85 medicamentos, muitos deles muito prescritos para transtornos médicos comuns, interagem com essa fruta.
   A fruta bloqueia uma enzima natural do corpo que quebra as substâncias ingeridas nos medicamentos. Consequentemente, quando os remédios entram na corrente sanguínea, eles estão mais potentes, e isso pode levar à overdose.
   Entre os fármacos que interagem com a toranja há anticancerígenos, remédios para o coração, analgésicos e remédios para o tratamento da esquizofrenia. Todos são administrados por via oral.
   Não é preciso comer grandes quantidades da fruta para que esta associação faça efeito. Beber um copo de suco de grapefruit com a medicação pode causar efeitos colaterais graves, como hemorragia gastrointestinal, insuficiência renal, problemas respiratórios e até morte súbita.
   Bailey detectou o vínculo tóxico pela primeira vez há 20 anos. Mas o número de medicamentos que potencialmente podem interagir com a toranja e causar graves efeitos para a saúde saltou de 17 a 43 nos últimos quatro anos, disse Bailey.
   "Quão problemáticas são estas interações? A menos que os profissionais de saúde estejam conscientes de que o evento adverso que observam pode se dever à recente incorporação da toranja na dieta do paciente, é muito pouco provável que este assunto seja investigado", disse Bailey.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Perder duas horas de sono pode prejudicar a memória, diz estudo

Segundo pesquisadores, o cérebro consolida as lembranças do dia enquanto dorme 

Perder duas horas de sono pode prejudicar a memória, diz estudo  
 
Já sentiu que uma noite mal dormida te deixou perdida no dia seguinte? Se sim, seu problema não é pura preguiça como você pode pensar. Na verdade, segundo uma pesquisa da Universidade da Pensilvânia divulgada no site "Daily Mail", perder duas horas de sono pode apagar algumas memórias para sempre.

Durante a conferência anual da Sociedade de Neurociência norte-americana, o pesquisador Ted Abel explicou que, ao analisar como ratos privados de dormir reagiam, percebeu-se que eles perdiam a capacidade de armazenar a memória. “Um curto espaço de tempo sem descansar poderia bloquear a consolidação da memória. Foram apenas três horas, o que para os ratos equivale a 20% do seu sono total. No caso dos humanos, seria como diminuir uma noite de oito horas para uma de seis, que é algo que fazemos normalmente”, diz Abel.

O estudo também mostrou que existe um período crítico depois de aprender algo em que as memórias são consolidadas, o que significa que perder o sono em certos pontos críticos pode ser mais danoso do que em outros. Abel destacou que qualquer informação perdida devido à essa privação está esquecida para sempre, ou seja, não adianta tentar recuperar o tempo perdido na noite seguinte.

Expert em sono, o médico inglês Neil Stanley conta que é importante dormir bem, pois nessa hora o cérebro pode fazer aquilo que estava ocupado demais para fazer durante o dia, “dormir é a hora calma e quieta que nos dá a oportunidade de preencher espaços”. Então, antes de brigar com alguém que esqueceu de atender um pedido seu, pergunte se essa pessoa tem dormido bem.

Saiba o que incluir na dieta para desintoxicar depois das festas de final de ano

Abusar das frutas e dos vegetais ajuda a aliviar a sensação de inchaço

Saiba o que incluir na dieta para desintoxicar depois das festas de final de ano  
As festas de fim de ano, a troca de presentes e a animação das festas de fim de ano até podem ter ficado para trás, mas as conseqüências dos excessos alimentares típicos dessa época permanecem por muito mais tempo. “Isso causa inchaço e desconforto”, diz a nutricionista Tatianna Sieiro, que aconselha: “para ajudar a eliminar essas toxinas do corpo o ideal é investir em alimentos naturais”.


De acordo com a profissional, começar o ano com um dieta reforçada em frutas, verduras, legumes e grãos pode ajudar no processo. Com isso, a melhor dica, é investir em sucos e saladas.

Sucos
As versões mais eficazes são as que combinam frutas e vegetais, como o de maçã, laranja e cenoura. “Com essa mistura de ingredientes e sem a adição de açúcar, o corpo já começa a reagir de forma favorável”, explica ela, frisando que alimentos nutritivos e ricos em fibras auxiliam nas funções de limpeza do organismo. Outras frutas que podem ser combinadas são o abacaxi, o melão, a manga, o morango e o mamão.

De acordo com Tatianna, é possível tomar dois copos de suco por dia, no café da manhã ou no lanche à tarde. “Nunca junto com o almoço, pois fica muito exagerado”, recomenda.
Saladas

“Quanto mais colorida a salada, mais nutritiva”, diz. Ela indica preparar um prato com folhas verdes escuras, tomate, beterraba e pepino, temperando tudo com limão (que é uma fruta desintoxicante). Você também pode fazer versões com grãos e cereais, além de adicionar um grelhado de peixe ou frango e uma porção de arroz (para não dar tanta fome!).

Para Tatianna, essa pode ser a refeição no almoço ou jantar logo depois das festas. “Se adotar essa alimentação no dia seguinte à festa, já começa a ajudar. Mas esse é um hábito que tem que ser adquirido para todos os dias. Esse tipo de alimentação traz outros benefícios à saúde: hidrata a pele, melhora a qualidade do sono e da memória, além de estimular o sistema imunológico, evitando gripes e resfriados”, afirma.

Ajudinhas a mais!

Tatianna ainda conta que tomar bastante água ao longo do dia, de forma fracionada, e praticar exercícios físicos durante a época de comilança também ajuda na eliminação das toxinas. “A atividade física aumenta a produção do suor, que sai levando as toxinas com ele”, diz.

Fique atenta às cores dos alimentos e tenha uma vida mais magra e saudável

Elimine peso com a ajuda de uma nutricionista e um cardápio especial 
 
Fique atenta às cores dos alimentos e tenha uma vida mais magra e saudável  

Você já deve ter ouvido falar que, quanto mais colorido for seu prato, melhor para a saúde. A explicação está justamente na combinação de nutrientes presentes nos alimentos naturais que, além de prevenir doenças, pode ser uma excelente aliada no processo de redução de calorias.


Brancos: leite, queijo e batata são as melhores fontes de cálcio e potássio. Estes minerais são importantes para o funcionamento do organismo, ossos e auxiliam no controle dos batimentos cardíacos.

Verdes: vegetais folhosos, pimentão e salsão contêm clorofila e vitamina A, que ajudam na desintoxicação das células, inibem substâncias que as danificam e causam doenças, além de ajudar a proteger o coração, o cabelo e a pele.


Amarelos: mamão, cenoura, manga, laranja, abóbora, pêssego e damasco são alimentos de cores amarelas e alaranjadas ricos em vitamina B3. A substância mantém o sistema nervoso saudável e ajuda a proteger o coração. Têm também betacaroteno, que auxilia na formação de melanina e ajuda a manter o bronzeado.


Vermelhos: morango, tomate e melancia possuem uma substância chamada licopeno, que é responsável por sua cor característica. Estes alimentos contêm substâncias que estimulam a circulação sanguínea.

Marrons: ricos em fibras e vitaminas do complexo B e E, estes alimentos têm substâncias e nutrientes que melhoram o funcionamento do intestino e combatem a ansiedade. Nozes, castanhas, aveia e cereais integrais em geral fornecem também gorduras benéficas que ajudam na diminuição do colesterol.

Confira uma sugestão de cardápio baseada nos benefícios listados acima:

Café da manhã

1 copo de suco de fruta natural sem açúcar
1 fatia de pão integral com queijo cottage

Lanche

1 iogurte natural
1 copo de suco de frutas com gengibre

Almoço

1 prato de sobremesa de folhas diversas (alface, rúcula, agrião)
1 colher grande de massa (talharim, penne)
1 filé de frango grelhado
3 colheres de sopa de brócolis
1 fatia de abacaxi

Lanche da tarde

1 pera
1 castanha do Pará

Jantar

1 lanche natural feito com wrap
1 copo de suco de frutas
1 fatia de melão

Ceia
 
2 torradas integrais com queijo cottage
1 copo de suco de frutas
 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Veja dicas de estudo para 7 concursos previstos para 2013

Entre os órgãos estão: PF, PRF, BNDES, BC e Ministério do Trabalho. Candidatos devem manter preparação enquanto editais não saem.

Funcionários não têm autorização para falar sobre o assunto. (Foto: Thiago França/G1) 

O ano já começou e quem deseja se candidatar a uma vaga no serviço público não deve esperar até depois do Carnaval. Como sempre, são aguardadas milhares de vagas. Mas, nem sempre a expectativa de edital se concretiza no tempo previsto e, por isso, o candidato precisa estar preparado para saber aproveitar eventuais atrasos a seu favor: aprofundando o estudo.
Veja lista com os principais concursos aguardados para 2013:

1 - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES)

O edital foi publicado e as inscrições vão de 3 a 27 de janeiro, com previsão de prova para o dia 3 de março. As vagas são, inicialmente, para o Rio de Janeiro. O concurso é para cargos administrativos de nível médio e cargos de nível superior com formação específica nas áreas de Administração, Análise de Sistemas - Desenvolvimento, Análise de Sistemas - Suporte, Arquitetura, Arquivologia, Biblioteconomia, Comunicação Social, Contabilidade, Direito, Economia, Engenharia e Psicologia.

Concurso com edital publicado exige uma mudança considerável no ritmo e modelo da preparação. O prazo até a prova é limitado, e as disciplinas e tópicos a serem cobrados estão definidos. Assim, o candidato precisa examinar o conteúdo que será cobrado e as disciplinas que valerão mais pontos. Essas deverão ser priorizadas.

2 - Correios

Foi realizado concurso em 2011, com número recorde de candidatos – mais de 1 milhão. As 9.190 vagas oferecidas foram ultrapassadas (mais de 13 mil contratações) e ainda existe necessidade de mais funcionários. Assim, novo edital está previsto para o 1º trimestre de 2013. A preparação deve ter por base o edital anterior, e quem começar a estudar logo estará na frente da concorrência. Para os cargos de nível médio, que devem ser maioria no próximo edital, as disciplinas cobradas foram: português, matemática e informática.

Quem pretende concorrer a um cargo de carteiro ou operador de triagem e trasbordo precisa iniciar também a preparação física, porque o teste físico elimina o candidato que não for considerado apto, excluindo-o do concurso.

3 - Saúde

Estão autorizadas 2,5 mil vagas de nível médio e superior (conforme portaria nº 292, publicada em 5 de julho de 2012) e o edital deveria sair até os primeiros dias de janeiro de 2012.  O concurso visa à substituição de 2,5 mil terceirizados que atuam na área de saúde indígena. A distribuição de vagas foi alterada posteriormente pela portaria 457, publicada em 26/09/12 e passa a ser: 1.265 vagas de nível médio (1.249 para auxiliar de enfermagem e 16 para técnico de laboratório); para nível superior são 1.235 vagas (30 para administrador, 47 para assistente social, 623 para enfermeiro, 54 para farmacêutico, 210 para médico, 29 para nutricionista, 219 para odontólogo, 22 para psicólogo e 1 para terapeuta ocupacional). O Cespe/Unb será a banca responsável pelo concurso.

O concurso de 2009 foi organizado também pelo Cespe e o edital cobrou as disciplinas de português, informática, legislação do SUS e alguns pontos de direito constitucional e direito administrativo para todos os cargos. Os conhecimentos específicos variaram de acordo com a área de atuação.

4 - Banco Central

Existe pedido de realização de concurso para 1.850 vagas de nível médio e superior, que podem ser escalonadas em mais de 1 concurso. É sabido que existe elevado número de servidores em condições de se aposentar nos próximos anos, o que pode provocar sérias dificuldades para a continuidade dos serviços, caso não sejam substituídos a tempo. A autorização era esperada para 2012, mas não aconteceu. Deve sair a qualquer momento, em razão da urgência.

Todos os aprovados dentro das vagas oferecidas no concurso anterior foram aproveitados e ainda foram convocados mais funcionários. Vale lembrar que o edital do BACEN oferece as vagas divididas por áreas de atuação, sem exigir formação específica. Para cargos de nível médio, além da área administrativa, há também a área de segurança.  

Os salários e benefícios são excelentes. Por outro lado, o conteúdo programático a ser cobrado é abrangente. Isso significa que o candidato precisa se preparar com antecedência se deseja ser aprovado. O edital anterior é a melhor fonte de informações e a prova daquele concurso é um bom parâmetro para ter uma noção da amplitude e profundidade com que se devem estudar os assuntos.

5 - Ministério do Trabalho e Emprego

Há dois pedidos de autorização para concurso em análise no Ministério do Planejamento: 629 vagas para auditor fiscal do trabalho e 1.858 vagas para a carreira de apoio. Dessas, 1,6 mil são para técnico administrativo (cargo de nível médio) e o restante para cargos de nível superior (64 para técnico em assuntos educacionais, 60 para administrador, 60 para assistente social, 60 para contador, sete para técnico em comunicação social, três para bibliotecário, três para economista e um para sociólogo).

O concurso anterior para auditor (2010) foi organizado pela Escola de Administração Fazendária – Esaf. Não há exigência de formação específica e o salário é na faixa de R$13 mil. As disciplinas cobradas foram: português, inglês ou espanhol, raciocínio lógico-quantitativo, administração pública, direito constitucional, economia e sociologia do trabalho, direito penal, civil e comercial, do trabalho, segurança e saúde no trabalho, legislação previdenciária, direito administrativo e ética na administração pública. Como se vê, é preciso iniciar o estudo bem antes da publicação do edital para conseguir uma preparação adequada.

Para a área de apoio, o último concurso aconteceu em 2008 e foi organizado pelo Cespe/Unb. O salário para os cargos de apoio de nível superior é de R$3,5 mil (formação específica, de acordo com o cargo) e os de nível médio de R$2,4 mil, aproximadamente. Foram cobradas as seguintes matérias: português, informática, direito constitucional, direito administrativo e relações públicas para todos os cargos de apoio, além das específicas relacionadas a cada área de atuação.

 6 - Polícia Federal

O edital publicado em junho de 2012 para 150 vagas de delegado, 100 de perito e 350 de escrivão foi suspenso judicialmente no último dia de inscrições, por não prever vagas para deficientes. Esse impasse deverá ser resolvido a fim de dar seguimento ao concurso. A PF precisa de novos servidores com urgência para atender às demandas por segurança no país, agravadas pela proximidade dos eventos internacionais.

Quem já vinha estudando deve manter o ritmo, porque o concurso vai sair e a quantidade de disciplinas é grande. Além disso, a preparação para a PF tem boa parte em comum com o conteúdo para a polícia rodoviária federal, que também é esperado. Existem ainda outras oportunidades na área de segurança pública, para cargos similares nas polícias civis e militares, apesar de, em geral, os salários serem inferiores.

7 - Polícia Rodoviária Federal

Ainda é aguardada a autorização para realização de novo concurso. A instituição sofre com a carência de servidores, já que o concurso de 2009 teve problemas, foi retomado e está na fase final para que os novos policiais possam entrar em atividade. A solicitação é de 1,5 mil novas vagas, com prioridade para a segurança das fronteiras.

Esse é mais um dos concursos que precisa sair em 2013, sob pena de deixar o país em situação de risco. O edital de 2009 serve como parâmetro para a preparação, mas o candidato pode priorizar as matérias básicas e ficar atento a outras oportunidades na área de segurança. Assim é possível adiantar os estudos e evitar excessiva expectativa em relação ao edital da PRF.

Além dos relacionados acima, muitos outros concursos acontecerão. Banco do Brasil, Petrobras e subsidiárias, tribunais, fiscalização de estados (ICMS-SP tem 885 vagas já autorizadas e ICMS-RJ, 100) e municípios, polícias civis e militares são alguns dos concursos que acontecem todos os anos, por exemplo. Por isso é importante dar a partida no projeto escolhendo a área desejada e começar os estudos pelas matérias básicas, mesmo sem previsão de edital.


*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

Apenas 29% dos candidatos se preparam para a seleção de emprego


 Pesquisa divulgada pela Robert Walters, empresa de recrutamento, mostra que 71% dos candidatos a uma vaga de emprego no Brasil se preparam superficialmente para a entrevista e dão pouca importância para esse processo, que é a base de tudo na hora de conseguir uma vaga.

Segundo o estudo, 10% dessas pessoas não fazem qualquer preparação para os processos de seleção, 29% gastam menos de 30 minutos e 32% investem de meia hora a uma hora. Já 12% dos brasileiros dedicam de uma a duas horas e 17% investem mais de duas horas na preparação antes de entrevistas de emprego.

Como as seleções envolvem dinâmicas cada vez mais criativas, é importante estar atento ao objetivo de cada proposta. Uma consultoria de recursos humanos de Porto Alegre aplica uma dinâmica inspirada em um teste da Nasa para escolher astronautas, que avalia as habilidades dos candidatos em situações difíceis. Eles recebem uma tarefa: imaginar a queda de um avião no meio do deserto. A partir disso, precisam traçar uma estratégia para salvar os passageiros e ainda enumerar por prioridade, os objetos que ficaram intactos após o acidente e que podem ser úteis na sobrevivência do grupo.

Para quem quer aprimorar a busca por um emprego há cursos em todo o Brasil que ajudam o candidato a se preparar para a entrevista. Eles são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine).

O jovem que está em busca do primeiro também precisa saber o que falar na hora da entrevista. Para isso, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) oferece aulas práticas sobre entrevista.
Segundo o consultor Marcelo Lefèvre, o currículo precisa ser personalizado, mas alguns informações são essenciais:

DADOS PESSOAIS
Nome
Data de nascimento
Endereço completo com zona, e-mail e telefones

FORMAÇÃO
Cursos superior e/ou técnicos
treinamentos com o ano de conclusão

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Empresas, informando ramos de atividades e períodos em que trabalhou
cargos ocupados e a descrição de cada um
sempre da mais recente pra mais antiga

REFERÊNCIAS PROFISSIONAIS/PESSOAIS
2 OU 3 nomes de profissionais com quem trabalhou, informando empresas, endereços de email e telefones. Importante avisar estas pessoas que está indicando seus nomes.

Faltam mais de 50 mil profissionais de tecnologia em todo o país

 
 A escassez de profissionais na área de tecnologia mostra que vale a pena investir na área. Segundo as projeções das empresas de tecnologia, nos próximos oito anos vão faltar 280 mil profissionais no Brasil.

A tecnologia está presente em todos os setores e envolve os mais diversos cursos de graduação. O mercado de desenvolvimento de jogos ainda está em formação no Brasil, mas o mercado consumidor já existe e é imenso. Segundo a última pesquisa do setor, 17 milhões de brasileiros compram jogos eletrônicos todo mês.

O desafio para quem está aprendendo a criar os games é manter aqui mesmo a fortuna gasta todo ano por esses consumidores. "Foram gastos cerca de dois bilhões de dólares em 2011. Só que esse dinheiro não fica no Brasil, ele praticamente sai para os jogos internacionais. O Brasil tem capacidade de desenvolver os jogos”, alerta Rafael Baptistella, professor do curso tecnólogo em jogos digitais de uma universidade de Curitiba.

O setor de robótica também tem crescido consideravelmente em todo o mundo. Assim como o Curiosity - robô lançado a Marte pela agência espacial americana (Nasa), com o objetivo de explorar vestígios de vida e condições de sobrevivência no planeta vermelho - outros 8,6 milhões de robôs são encontrados no mundo, segundo o último senso da Federação Internacional de Robótica (FIR). Diante desse cenário, os jovens já enxergam boas oportunidades de trabalho na área.

O pontapé inicial é a escolha de um curso de graduação nas engenharias (elétrica, mecânica, computação, controle e automação ou mecatrônica), ou outros cursos em nível técnico. A diferença entre as duas formações pode se traduzir no salário. Para recém-formados em curso técnico, os valores ficam entre R$ 1.500 e R$ 4 mil. Engenheiros costumam ganhar de R$ 2.500 a R$ 15 mil.

 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estudo relaciona energéticos à ida de jovens ao pronto-socorro nos EUA

Segundo dados do governo, dobrou número de atendimentos em 5 anos. Médicos relatam que pacientes com problemas disseram ter ingerido bebida.

Um estudo divulgado pelo governo dos Estados Unidos aponta que entre 2007 e 2011 dobrou o número de atendimentos a pessoas em centros de emergência do país após a ingestão de bebidas energética.

As estatísticas médicas do período coincidem com a popularização dos energéticos, ofertados cada vez mais em lojas de conveniência, bares e universidades, relaciona a pesquisa.

Os dados divulgados neste mês pela Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias apontam que os atendimentos saltaram de 10 mil para mais de 20 mil nos cinco anos avaliados, com maior envolvimento de adolescentes ou adultos jovens.

O relatório não especifica os sintomas diagnosticados, no entanto, aponta que o consumo de energético tem criado um “novo problema de saúde pública”, pois pode causar insônia, nervosismo, dor de cabeça, arritmia cardíaca, além de convulsões graves o suficiente para acionar o serviço de emergência.

A pesquisa diz também que vários médicos perceberam um leve aumento na quantidade de pacientes que disseram ter ingerido este tipo de bebida e apresentaram batimentos cardíacos irregulares, ansiedade ou ataques cardíaco.

Combinação perigosa

No levantamento, mais da metade dos entrevistados que foram para o setor de emergência informaram que havia bebido energéticos. Em 2011, cerca de 42% dos casos envolveu a combinação de energéticos com álcool ou drogas como estimulantes com substâncias  ativam o cloridrato de metilfenidato, estimulante do sistema nervoso central.

De acordo com Howard Mell, porta-voz da Faculdade Americana de Emergências Médicas, consumir três bebidas energéticas em apenas uma hora seria equivalente a beber 15 xícaras de café. “Se [o paciente] tiver um coração fraco ou sofrer de uma doença coronária sem ter conhecimento, [o consumo do energético] pode precipitar efeitos ruins”.
 

Latas da bebida energética Monster Energy Drink (Foto: Reuters) 

Investigação

Dois senadores pediram à agência Food and Drug Administration (FDA), encarregada de regular alimentos e remédios nos EUA, para que investiguem a produção de energéticos no país. Em 2012, o energético Monster Energy passou a ser investigado após a morte de uma menina de 14 anos no país. A menina americana, Anais Fournier, teve um ataque cardíaco depois de beber duas latas da bebida em dezembro de 2011.

Segundo a autópsia do corpo da garota americana, Anais morreu de ataque cardíaco devido à intoxicação por cafeína, afirmam agências internacionais. A menina possuía um distúrbio que pode ter enfraquecido os vasos sanguíneos, segundo o médico responsável pela autópsia.

Os pais da garota, no entanto, consideram que a empresa que produz o energético falhou em não colocar avisos sobre os riscos do consumo da bebida, e estão processando a companhia.

O energético é comercializado no Brasil desde abril de 2010, segundo o diretor geral de operações no país, Frederico Aniya. Em outubro, ele afirmou ao G1 desconhecer casos semelhantes que tenham acontecido no Brasil. A empresa diz não acreditar que seus produtos são de alguma forma responsáveis pela morte da garota e pretende se defender da ação judicial movida pela família.

*Com informações da Associated Press

Excesso de perfume pode provocar dor de cabeça; veja dicas para passar

Fixação está mais ligada à pele do que à quantidade de perfume utilizada. Uso em excesso do produto pode causar dor e também crises de espirro.

Todo mundo gosta de passar um perfume e ficar com um cheiro bom na pele. Anualmente, são produzidas 34 mil toneladas de perfume no Brasil e o consumo do produto no país é bem grande.
Porém, grande parte das pessoas abusa e não sabe que o tempo de permanência e fixação do cheiro depende menos da quantidade utilizada e mais do tipo de pele. Quanto mais oleosa, maior a duração do perfume, por exemplo. Por isso, não adianta exagerar na dose, como alertou a perfumista Renata Aschar no Bem Estar desta segunda-feira (14).

Bem Estar - Infográfico dá dicas para aplicar o perfume (Foto: Arte/G1)


O excesso de perfume pode também causar dores de cabeça e crises de espirro já que o cheiro muito forte pode irritar o nariz, como explicaram o otorrinolaringologista Richard Voegels e o toxicologista Sérgio Graff.

Os melhores lugares para aplicar o perfume são os pulsos, a nuca e regiões do corpo que concentram maior calor e circulação já que essas áreas exalam mais o cheiro. Além de ser agradável para quem usa, a fragrância também agrada quem está por perto – porém, algumas pessoas não conseguem sentir o cheiro por causa da perda de olfato.

Segundo o otorrinolaringologista Richard Voegels, essa diminuição do sentido pode acontecer por problemas como desvio de septo ou sinusite ou também por infecções gripais, traumas, cânceres ou até o próprio envelhecimento. Seja qual for a causa, é importante investigar o problema para que ele seja controlado ou até mesmo curado.

Geralmente, a perda de olfato causada por um problema físico é mais fácil de ser tratada. No caso de pessoas mais velhas que têm gradativamente a diminuição do sentido, as chances de cura e tratamento são bem menores.

Os médicos podem tentar solucionar o problema com o uso de corticoides (no caso de rinite, por exemplo) ou até mesmo uma cirurgia (no caso da sinusite).

Dicas para se livrar de mosquitos e pernilongos

O Bem Estar desta segunda-feira (14) falou também sobre medidas de proteção contra insetos. A principal dica dada pelo toxicologista Sérgio Graff é utilizar apenas em último caso o repelente tópico, aplicado em forma de creme na pele.

Antes de optar por ele, a recomendação é tentar eliminar os focos de acúmulo de água, usar redes de proteção, repelentes elétricos, inseticidas e também ventiladores que, além de refrescarem, dispersam o gás carbônico exalado pelo corpo durante a noite, impedindo os mosquitos de se aproximarem.

Para as crianças, o cuidado é ainda maior. O uso do repelente na pele só deve ser indicado após uma orientação do pediatra – crianças até os 12 anos têm produtos específicos. A partir dessa idade, elas já podem usar os repelentes comuns, sempre se lembrando de lavar as mãos após aplicá-los.

Já os repelentes elétricos não devem ser utilizados perto do rosto da pessoa e, para que sejam realmente eficientes, as janelas devem estar abertas para os insetos conseguirem escapar. Por outro lado, inseticidas devem ser aplicados com a porta fechada, sem a presença de animais e crianças, para depois agir por cerca de 30 minutos.

Papo de verão

Nesta segunda-feira (14), o assunto do quadro com o ginecologista José Bento foi o sol. No verão, as pessoas querem ficar com o bronzeado em apenas um dia, mas isso não é indicado. A melhor maneira de tomar sol é se expor vários dias por pouco tempo, sempre com proteção - seja com filtro solar, chapéu ou também óculos escuros.

A falta de proteção contra o sol pode causar vários problemas, não só o câncer de pele. Pode também alterar o sistema imunológico e deixar a pessoa mais suscetível a doenças, o que pode estragar as férias de verão.