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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Merck faz recall de remédio que reduz o colesterol ruim e aumenta o bom

Cordaptive sairá do mercado após 'incidentes cardiovasculares' em testes. Droga não tinha liberação nos EUA, mas era vendida em locais como Brasil.

O grupo farmacêutico americano Merck, conhecido fora dos EUA e do Canadá como Merck Sharp & Dohme (MSD), anunciou na sexta-feira (11) que vai retirar do mercado mundial o medicamento Cordaptive – vendido no exterior com o nome de Tredaptive –, cuja função é baixar o colesterol ruim (LDL) e aumentar o bom (HDL).
A decisão foi tomada após a ocorrência de incidentes cardiovasculares em testes com pacientes feitos por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a pedido da farmacêutica. Segundo comunicado da Merck, a suspensão das vendas também segue uma recomendação do Comitê de Avaliação de Risco de Vigilância Farmacológica da Agência Europeia de Medicamentos (Emea).
O Cordaptive não estava homologado nos EUA, mas havia sido aprovado pela Emea em 2008 e era vendido em 40 países, como o Brasil, onde era comercializado desde o segundo semestre de 2009. Por aqui, segundo a Merck, cerca de 1.500 pacientes tomam esse composto, que é feito de vitamina B3 (niacina) e de uma substância chamada laropipranto, responsável por minimizar os efeitos vasodilatadores da niacina.
A empresa destaca que essas pessoas não podem trocar o remédio por estatina pura, razão pela qual precisam procurar um médico para uma nova indicação. Também podem entrar em contato com a empresa pelo seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), no número 0800 01 22 32. Já os profissionais que estão acostumados a prescrever o Cordaptive devem mudar de tratamento.
A Merck informou a medida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira e "está tomando todas as providências para comunicar sua decisão à comunidade médica, distribuidores e farmácias no Brasil".

Resultados ruins em estudo
No comunicado, a Merck detalha que "adota essas medidas após resultados preliminares de um estudo chamado HPS2-Thrive" para avaliar o impacto do medicamento em incidentes cardiovasculares, como doença coronariana, ataques cardíacos não fatais, derrames e problemas de fluxo sanguíneo no coração.

O HPS2-Thrive"não atingiu o objetivo de reduzir incidentes cardiovasculares maiores" e, inclusive, provocou um "aumento signficativo do ponto de vista estatístico" de ocorrências "sérias, mas não fatais" em um grupo que tomou o remédio, comparado a outro "tratado com estatinas".
*Com informações da AFP