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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estudo relaciona energéticos à ida de jovens ao pronto-socorro nos EUA

Segundo dados do governo, dobrou número de atendimentos em 5 anos. Médicos relatam que pacientes com problemas disseram ter ingerido bebida.

Um estudo divulgado pelo governo dos Estados Unidos aponta que entre 2007 e 2011 dobrou o número de atendimentos a pessoas em centros de emergência do país após a ingestão de bebidas energética.

As estatísticas médicas do período coincidem com a popularização dos energéticos, ofertados cada vez mais em lojas de conveniência, bares e universidades, relaciona a pesquisa.

Os dados divulgados neste mês pela Administração de Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias apontam que os atendimentos saltaram de 10 mil para mais de 20 mil nos cinco anos avaliados, com maior envolvimento de adolescentes ou adultos jovens.

O relatório não especifica os sintomas diagnosticados, no entanto, aponta que o consumo de energético tem criado um “novo problema de saúde pública”, pois pode causar insônia, nervosismo, dor de cabeça, arritmia cardíaca, além de convulsões graves o suficiente para acionar o serviço de emergência.

A pesquisa diz também que vários médicos perceberam um leve aumento na quantidade de pacientes que disseram ter ingerido este tipo de bebida e apresentaram batimentos cardíacos irregulares, ansiedade ou ataques cardíaco.

Combinação perigosa

No levantamento, mais da metade dos entrevistados que foram para o setor de emergência informaram que havia bebido energéticos. Em 2011, cerca de 42% dos casos envolveu a combinação de energéticos com álcool ou drogas como estimulantes com substâncias  ativam o cloridrato de metilfenidato, estimulante do sistema nervoso central.

De acordo com Howard Mell, porta-voz da Faculdade Americana de Emergências Médicas, consumir três bebidas energéticas em apenas uma hora seria equivalente a beber 15 xícaras de café. “Se [o paciente] tiver um coração fraco ou sofrer de uma doença coronária sem ter conhecimento, [o consumo do energético] pode precipitar efeitos ruins”.
 

Latas da bebida energética Monster Energy Drink (Foto: Reuters) 

Investigação

Dois senadores pediram à agência Food and Drug Administration (FDA), encarregada de regular alimentos e remédios nos EUA, para que investiguem a produção de energéticos no país. Em 2012, o energético Monster Energy passou a ser investigado após a morte de uma menina de 14 anos no país. A menina americana, Anais Fournier, teve um ataque cardíaco depois de beber duas latas da bebida em dezembro de 2011.

Segundo a autópsia do corpo da garota americana, Anais morreu de ataque cardíaco devido à intoxicação por cafeína, afirmam agências internacionais. A menina possuía um distúrbio que pode ter enfraquecido os vasos sanguíneos, segundo o médico responsável pela autópsia.

Os pais da garota, no entanto, consideram que a empresa que produz o energético falhou em não colocar avisos sobre os riscos do consumo da bebida, e estão processando a companhia.

O energético é comercializado no Brasil desde abril de 2010, segundo o diretor geral de operações no país, Frederico Aniya. Em outubro, ele afirmou ao G1 desconhecer casos semelhantes que tenham acontecido no Brasil. A empresa diz não acreditar que seus produtos são de alguma forma responsáveis pela morte da garota e pretende se defender da ação judicial movida pela família.

*Com informações da Associated Press